27.5.08















1968, o ano que ajudou a desenhar a face do mundo


A imagem mais difundida do movimento de maio de 1968 – que, tendo seu epicentro nas universidades francesas, espalhou-se pelo mundo como um vagalhão – é a do levante estudantil e juvenil.
A imagem tem força – aquele movimento ganhou visibilidade quando, no dia 3 de maio de 1968, os estudantes parisienses saíram às ruas para protestar contra a decisão da reitoria da Sorbonne de fechar a célebre universidade parisiense, reagindo à um movimento à luta estudantil que crescia desde o final de 1967. Foi a primeira vez que, em 700 anos, a universidade fora fechada e seu recindo ocupado pela polícia, e a decisão foi um choque para a opinião esclarecida dos franceses.
O movimento de 1968 não surgiu, contudo, como um raio em céu azul, como se diz. E não foi somente estudantil e juvenil. As lutas sociais cresciam na Europa, nos Estados Unidos e em várias partes do mundo, particularmente na América Latina. Elas envolviam os trabalhadores, os estudantes, os negros, as mulheres, a população dos países colonizados da África e da Ásia na luta contra o imperialismo e pela independência, o protesto contra as ditaduras militares que proliferavam na América Latina.
No Brasil, aquele foi o ano do maior e mais persistente protesto de massa contra a ditadura militar, apenas superado por aquele que ocorreria dez anos mais tarde e que colocaria em xeque no regime dos generais.
A ano de 1968 ficou na história, assim, como o símbolo do maior protesto anticapitalista ocorrido na segunda metade do século XX e por isso é uma data memorável.
O conjunto de artigos e imagens cuja publicação o portal Vermelho inicia hoje é uma homenagem àqueles lutadores e àquelas lutas que, há 40 anos, ajudaram a mudar o comportamento e a forma de viver, ajudando a desenhar a face que o mundo tem hoje.

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