16.10.09

Viva o MST!

João Guilherme Vargas Netto *


Vocês podem não concordar comigo, mas admiro, apoio e defendo o MST. Ou, como eles dizem, sou amigo do MST.



Em seus 25 anos de lutas, o movimento conseguiu fazer de sua plataforma- a reforma agrária e a posse da terra pelo trabalhador- um tema essencial da vida brasileira.

Na dureza das condições em que vivem milhões de camponeses, mesmo os recém-chegados nas cidades e os assentados, o MST tem conseguido desempenhar um papel civilizador que emociona quem deseja o progresso social, a democracia e o fortalecimento da sociedade brasileira como um todo.

Seus inimigos, os reacionários, os latifundiários e a grande imprensa, são cruéis e bem articulados. Por dá cá aquela palha, tentam incendiar o ambiente e isolar, derrotar, desmoralizar e destruir o MST. Às vezes apóiam-se em erros cometidos; mas na maioria dos casos escondem-se atrás dos assassinatos, das provocações e da repressão brutal.

O movimento sindical dos trabalhadores tem muito a aprender com o MST. Destaco três aspectos:

1) A constância dos objetivos- uma vez estabelecida sua pauta, o MST persegue a sua realização com várias táticas- ocupar, resistir, produzir- que se desdobram no tempo e se adaptam às condições em todas as regiões do Brasil;

2) A qualificação dos dirigentes e ativistas- o esforço permanente é o da formação, desde as crianças até famílias inteiras. As escolas do MST são exemplares e o seu sistema de ensino, baseado na mística e educação de qualidade, ultrapassa com folga as necessidades imediatas do movimento;

3) O espírito de militância- as bandeiras do MST, as mais amplas ou as mais restritas, são ardorosamente levantadas, junto com as foices, em todas as manifestações realizadas, com
constância e consciência.

O movimento sindical dos trabalhadores, com sua experiência unitária e respeitando as diferenças, deveria fazer um esforço urgente de aproximação com o MST e escutá-lo com mais atenção e assiduidade.

www.vermelho.org.br

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