17.10.08


17 DE OUTUBRO DE 2008


Vendas de 'O Capital', de Marx, triplicam em meio à crise


Com o sistema financeiro em crise, a teoria marxista ganha novo fôlego. Duas décadas após a queda do muro de Berlim, a crise global provocou uma corrida às livrarias alemãs pelo clássico O Capital. Publicado em 1867, a obra-prima do filósofo Karl Marx analisa o modo de produção do capitalismo e serviu de base para a ideologia marxista.
Marx: de novo "em moda"
“Marx voltou à moda, e a procura por suas obras está em alta”, declarou o editor Joern Schuetrumpf ao jornal Neue Ruhr Zeitung. Schuetrumpf é o responsável pela editora Karl-Dietz, de Berlim, que publica a obras de Marx e Friedrich Engels em alemão. Segundo ele, as vendas do primeiro volume de O Capital triplicaram, saltando de 500 cópias em 2005 para 1.500 exemplares em 2008.

Para o mês de dezembro, a editora espera um aumento ainda maior da demanda. Tudo porque algumas das teorias escritas pelo filósofo — entre as quais aquela que afirma que o capitalismo em excesso acaba por se autodestruir — estão mais atuais do que nunca. Na opinião do editor Schuetrumpf, os leitores pertencem a “uma nova geração de eruditos que reconheceu que as promessas neoliberais não se realizaram”.

O próprio governo alemão pode ter contribuído para o fenômeno de vendas de Marx nas livrarias. No fim de setembro, o ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrueck, declarou ao jornal Der Spiegel que ''tudo o que está acontecendo mostra que algumas partes da teoria marxista não estavam tão erradas''.

Karl Marx, nascido em 1818 na Alemanha, foi um dos mais célebres críticos do capitalismo. Sua visão da História previa a dissolução desse sistema, dando origem a um diferente modo de produção, do tipo socialista.

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