13.3.08

Rice é recebida com protesto, segurança dos EUA é mobilizada

13 DE MARÇO DE 2008 - 15h48

Rice é recebida com protesto, segurança dos EUA é mobilizada


Um grande banner preto com os dizeres “1 trilhão de dólares para a guerra e nenhum centavo para a paz. Fora Condoleezza Rice do Brasil” marcou a manifestação que os jovens e estudantes do Distrito Federal, mobilizados pela UNE e Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secudaristas), fizeram em Brasília, nesta quinta-feira (13), durante a visita da secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice. A manifestação atraiu atenção da imprensa e monopolizou a segurança de Condoleezza.



Com palavras de ordem de ''Bush de saia, fora daqui'' e ''Bush fascista, você é terrorista'', cartazes e faixas, os manifestantes seguiram Condoleezza do Palácio do Itamaraty, onde se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, até o Palácio do Planalto, onde teve audiência com o Presidente Lula.

Durante a passagem da comitiva – de vários carros e batedores (policiais em motocicletas) – os estudantes protestaram aos gritos: ''chega de bomba, chega de ataque, fora o imperialismo no Iraque'', e jogaram sacos plásticos com tinta vermelha, em frente ao Palácio do Planalto, “representando o sangue das pessoas que morrem nas guerras estimulados pelos Estados Unidos”, destacou a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.

A manifestação foi encerrada em frente ao Palácio do Planalto com a queima de uma bandeira dos Estados Unidos.

Em toda parte

''A gente mobilizou a juventude e os estudantes de Brasília hoje e amanhã será em Salvador, para que a Condoleezza volte para os Estados Unidos com a mensagem de que a juventude brasileira diz não a esta política que é capaz de investir um trilhão de dólares em uma guerra e nenhum centavo na promoção da paz. Por causa disso, Rice é persona non grata no Brasil'', disse a presidente da UNE.

Felipe Lima Vieira, vice-presidente regional da Ubes no Centro-Oeste, um dos mais animados, suspendeu os gritos de “fora Bush” para declarar que “nós nos posicionamos contra a política bélica dos Estados Unidos”, acrescentando que “não vamos aceitar que um País que gasta trilhões na guerra queira impor alguma política, qualquer que seja, aos países da América do Sul. Nós não queremos essa política”, enfatizou.

Segundo ele, o governo norte-americano tem uma influência negativa na crise da América Latina. ''Muito dessa crise é feito pelas mãos do governo americano nesses países e achamos que a soberania da América Latina deve ser preservada a todo momento e a qualquer custo'', afirmou.

Abraços grátis

Para demonstrar a cultura de paz, uma das manifestantes carregava um cartaz que, ao contrário dos demais, não expulsava Bush e sua política belicista do Brasil, mas oferecia ''abraços grátis''.

Um pequeno grupo de cinco pessoas se juntou à manifestação com faixas em que responsabilizavam os Estados Unidos pelo aquecimento global.

''Ela [Condoleezza Rice] não é bem-vinda no Brasil. O Protocolo de Quioto vai expirar em 2012 e eles não fizeram nada, sendo que são um dos países que mais contribuem com a poluição'', afirmou a representante da campanha contra aquecimento global SOS Climaterra, Gláucia Fernandes.

Solidariedade brasileira

O secretário de Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo de Carvalho, durante sua viagem por vários estados do Brasil, para a mobilização brasileira ao Congresso Mundial da Paz, que acontece de 8 a 13 de abril, em Caracas, na Venezuela, também comentou a visita da secretária de Estado americana.

''A funcionária do governo americano é persona non grata no Brasil e nós devemos rechaçar quaisquer intentos de envolver o país na politica belicista e intervencionista do imperialismo americano, seja na região ou em outras partes do mundo'', disse.

Para José Reinaldo, ''essa senhora deveria estar respondendo por crimes contra humanidade, porque na ocasião da agressão israelense contra o Líbano, em 2006, na contramão aos clamores internacionais pelo cessar-fogo, ela declarou que a guerra e os bombardeios eram as dores do parto de um novo oriente médio''.

''Ao repudiar a sua presença no Brasil somos solidários com o povo colombiano e com os povos da América Latina, e rechaçamos a tentativa dos EUA de trazer para o nosso continente a sua chamada 'guerra preventiva''', afirma.

Matéria modificada às 16h42min.


Da redação

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=34096

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