29.9.07

Diante Do Escândalo Das Merendas, Estudantes Pedem Cpi




Diante Do Escândalo Das Merendas, Estudantes Pedem Cpi


"CPI da Merenda Já!" - UBES e UPES protestam na Câmara de Vereadores
Entidades prometem acompanhar e exigir a apuração do caso de fraude nas refeições dos estudantes da rede pública até o fim


Com narizes de palhaço, faixas, apitos e entoando as palavras de ordem "Merenda, merenda, cadê minha merenda?" e "Sou estudante, quero merendar, mas o Kassab não quer deixar. Fora
Kassab!", alunos da rede pública de ensino tomaram a galeria da Câmara dos Vereadores nesta quinta-feira, em protesto contra a fraude nas refeições servidas nas escolas.
De acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo, a empresa Nutriplus, que presta serviço à prefeitura de São Paulo, incentivava as merendeiras a "economizar", pagando prêmios de R$ 40 por mês.
Segundo a reportagem, maçãs eram entregues aos alunos pela metade. Para a refeição render, pedaços de frango eram esmiuçados e misturados a legumes que não estavam previstos no cardápio. No molho de tomate, acrescentava-se água.


Diante da farsa, a UBES e a UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) elaboraram uma carta aberta aos vereadores na qual pedem a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Os estudantes fizeram uma blitz nos gabinetes para protocolar o documento e deixar uma cópia com cada parlamentar.
"Entregamos o documento a todos os vereadores. Exigimos o esclarecimento das denúncias. Vamos acompanhar o caso e combater mais esse ataque da gestão Kassab a educação paulistana", disse o presidente da UBES, Thiago Franco.


Mais denúncias O mesmo jornal publicou que, a pedido da multinacional Nestlé, a Prefeitura de São Paulo decidiu reduzir a qualidade nutricional da sopa que pretende distribuir em um programa que irá reunir pais e alunos aos sábados nas escolas e creches municipais.
A gestão Gilberto Kassab diminuiu a quantidade de carne, frango e verdura exigida na sopa depois de um apelo feito pela empresa durante uma consulta pública para a compra do produto.
A previsão de nutricionistas do município era que uma das sopas tivesse 7 kg de carne, 2 kg de cenoura e 3 kg de "outras" hortaliças (por 100 kg de sopa desidratada a ser distribuída). Com a mudança feita diante da manifestação da Nestlé, a mesma sopa deverá ter só 0,5 kg de carne, 0,8 kg de cenoura e 1 kg de "outras" hortaliças.


O Tribunal de Contas do Município (TCM) questionou a licitação e determinou a suspensão do pregão que ocorreria no dia de ontem para definir a fornecedora. O TCM questiona a contratação de somente um fornecedor e o prazo para entrega do produto, dia 15 de setembro. Há a exigência de embalagem personalizada. Só uma grande empresa e com infra-estrutura pronta poderia ganhar a concorrência. Ou seja, fizeram um edital de licitação aos moldes da Nestlé.


O presidente da UPES, Tiago Andrade, lamentou mais esse ataque aos estudantes promovido pela gestão tucana em São Paulo. "Aqui é assim: Tropa de Choque num dia e repressão ao movimento estudantil dentro das escolas no outro. Agora, fraude na merenda. Qual será o próximo golpe do Kassab contra os estudantes?", questionou. "Estaremos atentos aos próximos passos da investigação. Queremos a CPI e a punição aos culpados", disse.


Participaram do protesto lideranças da UJS, UNE, UBES, UPES e outras entidades e o ex-presidente da UNE, Gustavo Petta, que também fez a denúncia em seu blog .
Leia abaixo a carta aberta em repúdio a fraude na merenda escolar:
SEM MERENDA NA ESCOLA NÃO DÁ! PELA INSTALAÇÃO DE UMA CPI JÁ!
A Prefeitura Municipal de São Paulo, atendendo a uma solicitação da Multinacional Maggi – Nestle adotou uma medida que vai contra o desenvolvimento da educação no Município de São Paulo.


A medida é de diminuir a quantidade de carne, cenoura e de outras hortaliças na merenda escolar, para possibilitar a participação de seus produtos no pregão eletrônico do município.
A empresa Nutri Plus empresa terceirizada responsável pelo fornecimento do alimento oferece um bônus mensal de R$ 40 reais às merendeiras que reduzirem a quantidade do alimento dos estudantes das escolas municipais. O que comprova a ineficácia das privatizações e das terceirizações.
O fato foi recentemente noticiado pelo jornal Folha de São Paulo e pelo portal estudantenet, apartir de denúncias de nove cozinheiros das escolas que, indignados com a medida, se recusaram a receber o abono.


Baseado nessas denuncias a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) por entenderem a importância da merenda escolar de qualidade na educação dos estudantes tendo em vista que esta é a única refeição de milhares de estudantes paulistanos, vem a publico exigir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure as suspeitas de corrupção e as irregularidades no uso dos recursos públicos na gestão da merenda escolar, nesta que é a principal cidade do país e deveria ser modelo de educação pra nossa nação.


São Paulo, 13 de setembro de 2007 União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES União Paulista dos Estudantes Secundaristas - UPES
Fonte: estudantenet


www.ujs.org.br

Nenhum comentário: