29.9.07

5 de outubro: todos às ruas exigir transparência nas concessões de rádio e TV


5 de outubro: todos às ruas exigir transparência nas concessões de rádio e TV


Coordenação dos Movimentos Sociais fará manifestações em todo o país contra as ilegalidades existentes neste processo de renovação das outorgas das redes. Será uma data com enorme significado para todos os que lutam contra a ditadura da mídia e pela democratização das comunicações no paísVocê sabia que nenhum canal poderia usar mais de 25% do seu tempo com publicidade comercial, mas que se você ligar a TV achará verdadeiros supermercados eletrônicos? Você sabia que há rádios comerciais com outorgas vencidas há 17 anos? Você sabia que pela Constituição deputadores e senadores não poderiam ser donos ou diretores de emissoras de rádio ou TV? Tudo isso já está na lei, mas hoje não há controle nem fiscalização. São freqüentes as irregularidades no uso e posse das concessões de rádio e TV.


Para mudar este cenário, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que reúne as principais entidades populares e sindicais brasileiras, decidiu aproveitar o dia 5 de outubro, data que vence o prazo das concessões públicas de várias emissoras privadas da televisão brasileira, para realizar manifestações em todo o país contra as ilegalidades existentes neste processo de renovação das outorgas das redes. Será uma data com enorme significado para todos os que lutam contra a ditadura da mídia e pela democratização das comunicações no país.
Na opinião da diretora de Comunicação da UNE, Luana Bonone, a democratização da comunicação é hoje uma pauta central para a entidade porque envolve setores até hoje considerados “intocáveis”. Para ela, o momento é de pressionar o governo para que os veículos de comunicação passem a exercer as suas concessões mais sintonizadas com os interesses e necessidades do povo.


“A UNE sempre esteve na linha de frente da defesa dos direitos do povo brasileiro. Acreditamos que esta luta pode mudar os rumos do país, com a população se conscientizando e os movimentos sociais cobrando um posição mais correta dos meios de comunicação. As redes de televisão não podem ser campos intocáveis, que não podem ser criticados. Vamos à ruas pelo fim da renovação automática e para cobrar critérios transparentes e democráticos para renovação, com base no que estabelece a Constituição”, convoca.


IntervozesPara o integrante da Coordenação-executiva do coletivo Intervozes, um dos principais grupos que encabeçam as manifestações, essa mobilização mostra que os movimentos sociais têm clareza da importância da pauta da democratização da comunicação. “Isso é parte fundamental da democratização da sociedade. Apontar as concessões como um ponto central da pauta dos movimentos evidencia o poder dos meios de comunicação, que hoje utilizam concessões públicas em benefício privado, criminalizando os movimentos sociais e promovendo uma agenda política própria”, critica.


Além disso, ele acredita num amadurecimento do debate sobre este tema. “Esse discussões que esta acontecendo agora mostra também um amadurecimento do movimento de comunicação, que tem fortalecido seus laços com os movimentos sociais buscando se inserir numa pauta mais ampla de lutas sociais”, diz.


O movimento por democracia e transparência nas concessões de rádio e TV reivindica também a convocação de uma Conferência Nacional de Comunicação, ampla e democrática, para a construção de políticas públicas e de um novo marco regulatório para as comunicações. Os movimentos sociais querem também a instalação de uma comissão de acompanhamento das renovações, com participação efetiva da sociedade civil organizada.
» Para saber mais: http://www.intervozes.org.br/


Da Redação

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