20.10.10

Com apoio de 71% da população, França entra no 7º dia de greve geral

20/10/2010


Pelo sétimo dia consecutivo, cidades de todas as partes da França amanheceram nesta quarta-feira (20) com milhões de trabalhadores de braços cruzados, dando continuidade à greve geral contra o projeto de reforma da Previdência do presidente Nicolas Sarkozy. Segundo pesquisas publicadas no país, cerca de 71% da população apóia o movimento.


Um dia antes, cerca de 3,5 milhões de franceses chegaram a sair às ruas para protestar contra o governo. Apesar de toda essa mobilização, Sarkozy tem se mostrado disposto a não dar o braço a torcer em sua decisão.

Há sete dias os franceses protestam contra projeto que muda a idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos e o direito à pensão completa dos 65 para os 67. Essa é a sétima greve geral em um mês e meio.

Como parte das manifestações, há uma paralisação geral de serviços como coleta de lixo, transportes, educação, além das 12 refinarias francesas, que estavam ocupadas pelas barricadas, dificultando o funcionamento de outras áreas, como serviços públicos, hotéis e restaurantes. Segundo o jornal “L"Express”, quase um terço dos 12,5 mil postos de gasolina esperavam reabastecimento ontem.

Também por conta dos protestos, a votação do projeto da aposentadoria no Senado, que estava marcada para esta quarta-feira, foi adiada para amanhã à noite (21).

Popularidade em baixa

Pesquisa do BVA-Orange-L’Express-France Inter publicada na terça-feira (19) aponta que o presidente e o primeiro-ministro François Fillon, em meio à controvérsia sobre a reforma da aposentadoria, bate recordes de impopularidade desde maio de 2007.

O presidente francês está com 69% de opiniões desfavoráveis, batendo em cinco pontos o recorde atingido no mês de setembro. E tem 30% de opiniões positivas (- 2 pontos), um outro recorde de queda desde maio de 2007. Contudo, a opinião favorável sobre o chefe do Estado cresceu um ponto entre os simpatizantes de direita, e alcançou 70%.


Resposta de Sarkozy

Pressionado há semanas por protestos contra seus planos de reformar a Previdência da França, o presidente Nicolas Sarkozy ordenou que forças especiais de segurança levantassem bloqueios a depósitos de combustível impostos por manifestantes.

Sarkozy afirmou ter ordenado o desbloqueio para restabelecer "o mais rapidamente possível uma situação normal". Segundo informações do governo, quatro mil postos de gasolina, de um total de 12,5 mil, estão secos ou correm o risco de ter de fechar nos próximos dias por falta de combustível.

Após a emissão da ordem presidencial, na última madrugada, tropas de choque da Polícia francesa derrubaram as barricadas erguidas em três depósitos na região oeste do país.

Mas as medidas não intimidaram os manifestantes. Nesta manhã, sindicatos bloquearam outro depósito, no sudeste do país. De valor estratégico, o depósito abastece bases militares da região e o aeroporto de Lyon – segunda maior cidade da França.

Com agências
 
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