16.6.09

33º Congresso da UCE elege novo presidente


Foi realizado na cidade de Joaçaba, nos dias 13 e 14 de Junho, o 33º Congresso da UCE. Os estudantes catarinenses, ali representados pelos delegados de cada Instituição de Ensino Superior do estado, elegeram o acadêmico de direito, Vander Rodermel, o novo presidente da UCE.
Após diversos debates sobre políticas de acesso e permanência de estudantes carentes ao ensino superior, Reforma Universitária da UNE, ampliação com qualidade das universidades públicas e o cenário político estadual, os estudantes puderam também compreender um pouco mais do papel de cada um na União Catarinense dos Estudantes.

A Imprensa da UCE acompanhou todo o processo desde o início e em primeira mão fez uma entrevista com o presidente eleito.
Imprensa UCE: Como você está se sentindo sendo eleito no congresso da UCE que é considerado histórico pela comemoração dos 60 anos da entidade?

Vander: Estou muito feliz porque esse momento é histórico para os estudantes de Santa Catarina. É o ano em que a nossa entidade máxima de representação estudantil no estado completa 60 anos de história em defesa dos estudantes e do povo catarinense. E agora, tenho a honra e orgulho de participar da história dessa entidade que tanto prezo.

Imprensa UCE: Como você analisa essa última gestão da UCE e das comparações que certamente farão entre você e a Clarissa?

Vander: A Clarissa, nossa querida Presidente, nesses últimos dois anos enfrentou muitos problemas dos quais foi vitoriosa em todas. Ela é Lagunense, uma terra de mulheres guerreiras. Essa foi a gestão que realizou várias audiências públicas nas universidades no estado pela regulamentação do art.171 da Constituição Estadual, que cria bolsas de estudos para estudantes economicamente carente e oportuniza novas perspectivas de um futuro melhor. É a gestão que realizou vários encontros com estudantes bolsistas do PROUNI e que tirou resoluções importantes desses encontros.

As conquistas foram inúmeras, e tenho o maior orgulho de ser o sucessor de uma líder tão guerreira como a Clarissa. E isso poderia me trazer alguns problemas se eu desse ouvidos a algumas comparações que talvez seja possível ouvir. Mas tenho a compreensão de que sou diferente da Clarissa, assim como ele era daquele que a antecedeu, mas sei que sou o mesmo Vander de sempre, que sempre esteve presente nas universidades, nos corredores e salas de aula, no cotidiano do estudante e enfrentando muitas lutas contra mensalidades abusivas, administrações antidemocráticas que não respeitam a livre organização estudantil. Ser presidente agora não significa que vou viajar menos, que vou ficar preso pela burocracia, mas significa o contrário, porque a luta continua. Quem é de luta não cansa, não pára! O negócio agora é visitar mais estudantes e universidades pelo estado e erguer a bandeira da UCE e da UNE em todos os lugares que eu for.

Imprensa UCE: Quais são os desafios para a próxima gestão?

Vander: Os desafios são muitos e temos muita disposição para percorrer o estado, colocar a UCE na sala de aula dialogando com os estudantes e professores sobre o futuro do ensino superior no nosso estado. Precisamos fazer com que os estudantes conheçam mais ainda a UCE,e que vejam na entidade um instrumento de força e apoio a todas e todos estudantes que se sentem ludibriados numa IES que não zela pelo tripé da educação que é ensino, pesquisa e extensão, que não zela pela qualificação dos professores. Um IES que ensina da mesma forma há 10, 20, ou 30 anos da mesma forma, não está criando, mas reproduzindo, e esse não é o papel de uma faculdade e universidade. O papel é ser um instrumento universalizador do conhecimento, um meio pelo qual o estudante possa ter acesso a conteúdos de conhecimento técnico e morais para contribuírem como cidadãos em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Estamos vivendo um momento que antecede um período importante na história do Brasil e do nosso estado.

O ano de 2010 será ano de eleições, e a UCE não pode deixar de participar desse momento político! A UCE precisa estar cada vez mais inserida na sociedade, nas universidades, salas de aula para orientar os estudantes e o povo sobre os avanços que tivemos no país nos últimos oito anos, e contra os oportunistas, politiqueiros de plantão que subjugam a vontade do povo e só querem retornar ao poder depois de oito anos do lado de fora dizendo que o retrocesso é o melhor para o Brasil. Devemos avançar mais, conquistando mais e mais vitórias. Precisamos de mais universidades públicas e com qualidade, precisamos auxiliar os estudantes carentes no país que muitas vezes desistem do curso porque não conseguem pagar as mensalidades altíssimas cobradas pelas faculdades e universidades no país. No estado, tivemos algumas vitórias, mas muitos retrocessos nos últimos oito anos. Precisamos mudar, precisamos colocar os estudantes e o povo nas ruas para reivindicarem por mais respeito ao povo catarinense. Queremos uma UDESC forte, com laboratórios de qualidade, com dirigentes que respeitem os estudantes e não reprimam estes estudantes quando fazem movimento estudantil nos corredores da universidade, queremos que o povo catarinense tenha cada vez mais qualidade de vida, mais vagas de empregos, acesso à saúde educação e a cultura. E isso tudo passa pela UCE.
Imprensa UCE: Houve muitas dúvidas sobre os processos realizados para a eleição dos delegados nesse congresso, o que teve de diferente nos processos do ultimo congresso em 2007 e nesse de 2009?

Vander: Este ano foi a primeira vez que a UCE realizou seu processo de eleição no mesmo modelo da UNE. Em 2007, de acordo com o número de estudantes matriculados em cada curso, levava seu delegado, este ano, era de acordo com o número de matriculados em cada instituição. Este processo é acima de tudo o mais avançado que já experimentamos, pois é uma forma de fazer com que as teses sejam debatidas anteriormente ao congresso, já nas salas de aula e corredores das universidades, e consequentemente, haja eleições que definirão quem são os representantes daquela instituição de ensino. Isso é democracia, debater com os estudantes e assim, aqueles que nunca participaram de um Congresso da UCE, possam ao menos saber o que se debate nesse fórum máximo dos estudantes em Santa Catarina.

Imprensa UCE: Qual é a mensagem que você quer deixar aos estudantes de Santa Catarina e o que eles podem esperar do “Vander Presidente da UCE”?

Vander: Primeiramente eu quero dizer que meu nome não mudou, continuo sendo o mesmo Vander de sempre. A galera fica brincando de “presidente pra cá”, “presidente pra lá”, sei da importância deste cargo e das responsabilidades que ele me traz, mas continuo sendo o mesmo, com todo mundo, isso que importa. A mensagem que eu quero deixar pra todos os estudantes em Santa Catarina é que a UCE não é o Vander, não foi a Clarissa e outros presidentes que por aqui passaram, mas somos todos nós! Não podemos deixar que a nossa entidade enfraqueça. Precisamos de unidade no movimento estudantil, precisamos do apoio de todos os CA’s, DA’s e DCE’s e grupos de estudantes que estão inseridos no movimento estudantil para que a UCE seja a nossa força e a nossa voz, para que possamos realizar as mudanças que tanto esperamos e desejamos em nosso estado. Nenhuma conquista do povo brasileiro foi conquistada de braços cruzados, foi com muita mobilização e organização.

Vamos juntos fazer da UCE a mais representativa e participativa de todos os tempos em 60 anos de história.

Conto com a força, disposição e apoio de todas e todos estudantes de Santa Catarina.
Um forte abraço.

Vander

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