11.5.09

Mais de 20 mil foram às ruas defender a meia passagem em Manaus


8 DE MAIO DE 2009 - 17h57

Ontem (7) foi mais um dia de grandes manifestações em prol da manutenção da meia passagem estudantil. A União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) de Manaus abriu seu 130 Congresso com uma passeata que levou mais de 20 mil estudantes até a sede da prefeitura de Manaus. Os estudantes saíram da Praça do Congresso e contaram com a participação de centenas de universitários mobilizados pela União dos Estudantes do Estado do Amazonas (UEE-AM).

Manifestação estudantil pela meia passagem

A atividade contou com a participação da diretora de esportes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Thiara Milhomen, e com o diretor de comunicação nacional da União da Juventude Socialista (UJS), Fernando Borgonovi. As ilustres líderes da conquista da meia passagem, a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e a ex-vereadora Lúcia Antony, também estiveram presentes. A contribuição de Antony na votação de dezembro do ano passado, quando sua voz era a mais firme nas acusações ao golpe que estavam dando aos estudantes, foi parabenizada.

Devido ao clima de angústia vivido na cidade, por conta da restrição ao uso do benefício que há 27 anos é garantido aos estudantes da capital do Amazonas, a manifestação foi uma das que mais contou com o apoio popular. Durante o trajeto, dezenas de pessoas saíram de suas casas para aplaudir os estudantes que, mesmo sob forte sol, seguiam em passos firmes e gritando palavras de ordem contra o prefeito Amazonino Mendes e pelo retorno dos 120 meios passes. Outros até abriram suas portas para dar água e refrigerante aos manifestantes.

A iniciativa de realizar a maior passeata dessa semana com a mesma pauta se deu por conta do jogo de cena feito por Amazonino e seus cabos eleitorais, apresentados à imprensa como líderes estudantis. “O que o prefeito Amazonino Mendes fez ontem foi receber os seus cabos eleitorais. Os estudantes estão aqui nas ruas e até agora ainda não recebemos nenhum aceno de que seremos ouvidos para tratar da meia passagem”, disse o presidente da UMES, Yann Evanovick.

A presidente da UEE-AM, Maria das Neves, chamou atenção para a tática que está sendo usada por Amazonino. “Ele não está cumprindo a Lei que restringe o uso da meia passagem por causa das pressões que estamos fazendo. Mas isso não quer dizer que os 120 créditos que temos direito estejam garantidos”, destacou.

O novo porta-voz dos estudantes na Câmara Municipal de Manaus, o vereador José Ricardo (PT), confirmou a afirmação de Maria. “Para que os 120 meios passes estudantis voltem, de fato, a serem garantidos, é necessário que se aprove uma nova Lei que especifique isso. Porque a que foi aprovada pela Câmara ano passado e validada agora pelo STF limita tanto a quantidade quanto o acesso a esse direito”, completou.

Hoje (8) ocorrem as discussões e votações do 130 Congresso da UMES (CONUMES) e novas diretrizes para a luta dos estudantes devem ser aprovadas para posterior execução nas ruas de Manaus.

Breve histórico

O corte da meia passagem de 120 para 40 mensais foi aprovado em 23 de dezembro do ano passado. Na ocasião, os estudantes invadiram o plenário do parlamento municipal e sujaram os vereadores com tintas, com o intuito de impedir a votação. No entanto, eles votaram e o aprovaram no auditório da casa. Sob júdice desde esse dia, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, repetiu seus constantes ataques às causas populares e, semana passada, validou o golpe.

As mobilizações desta semana, em Manaus, fez com que o prefeito deixasse de cumprir a Lei. Contudo, a qualquer instante ela pode voltar a ser aplicada. O objetivo dos estudantes é pressionar para que o texto anterior volte a ser referendado.

De Manaus,

Anderson Bahia

Ouça a rádio http://www.vermelho.org.br/am/radioam.htm




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