Militantes da União da Juventude Socialista do Rio de Janeiro promoveram um ato de repúdio, na porta do Clube Militar, contra o que eles chamaram de ''festa dos ditadores''. Os jovens criticaram o que os militares chamaram de comemoração pelo ''45º aniversário da revolução democrática'' e pediram a abertura dos arquivos secretos da Ditadura Militar.
Clube Militar marcado pelo protesto da UJS/RJ
Durante a manifestação, os estudantes exibiram cartazes do ex-presidente da UNE, Honestino Guimarães e exigiram que os militares “entreguem o seu corpo”, que até hoje se encontra desaparecido. Outros jovens mortos pela Ditadura Militar também foram lembrados como heróis, como Helenira Rezende, Edson Luís e Stuart Angel.
Na entrada do Clube Militar, a UJS pintou o chão de verde, simbolizando as botas e o vermelho do sangue daqueles que foram torturados e mortos. “Ditadura não tem que ser comemorada. São milhares de vítimas, centenas de desaparecidos e mortos, muita gente torturada. A gente merece pedido de desculpas” disse o presidente da UJS/RJ, Igor Bruno.
Mesmo depois de 24 anos do fim da ditadura, parece que alguns militares continuam mantendo seus poderes. Logo após a chegada da UJS, duas blazers e cerca de 20 policias militares chegaram ao local para se somarem aos policiais do exército e seguranças, que logo circundaram os jovens. Ao mesmo tempo, um pedaço da Avenida Rio Branco foi fechada para a saída daqueles que comemoravam o golpe.
No fim da tarde, os senhores começaram a sair do Clube Militar, todos chamados de terroristas, assassinos e fascistas. Alguns transeuntes se somaram a manifestação pela indignação com a “festa” dos militares.
Segundo Daniel Iliescu, que ressaltou a importância das forças militares para a garantia da soberania nacional e o desenvolvimento do país, não era possível “esquecer dos jovens que foram torturados e do incêndio da sede da UNE, primeiro ato da Ditadura Militar”.
Do Rio de Janeiro
Marcos Pereira
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