Nesta quinta (26), Yeda Crusius (PSDB), além de ter que responder ao resultado do Datafolha — onde a tucana aparece como a pior governadora do país entre outros 10 avaliados —, teve que ouvir os gritos de centenas de estudantes que foram às ruas da capital gaúcha. A manifestação deu continuidade aos protestos desta quarta (25) em Pelotas e Santa Maria pela campanha “Caras pintadas, Ella não pode continuar”. Na segunda (30), como parte do Dia de Mobilização e Luta em Defesa do Emprego e dos Direitos Sociais, os estudantes voltarão a pedir a cabeça da governadora.
Acima, Porto Alegre, abaixo, Pelotas: Yeda treme
Na capital, os estudantes partiram do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, no bairro Santana, percorreram as avenidas João Pessoa e Salgado Filho, e chegaram em frente ao Palácio Piratini, no Centro. “Foi uma grande vitória na nossa primeira manifestação pública na volta das caras pintadas reunir este grande número de pessoas”, afirmou Juliano Medeiros, diretor de movimentos sociais da UNE, presente na manifestação.
Conforme Juliano, a caminhada marcou a apresentação à sociedade de uma carta, assinada por mais de 20 entidades estudantis, que pede a apuração das denúncias contra a tucana e exige sua saída imediata do executivo estadual. O documento foi entregue ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT), no último dia 5, dia que também marcou o lançamento da campanha “Caras pintadas, Ella não pode continuar”.
A carta foi lida parcialmente durante o percurso por líderes estudantis que se revezavam ao microfone. A pesquisa Datafolha também foi mencionada. Os manifestantes carregavam cartazes e algumas bandeiras de partidos de esquerda, e tinham adesivos Fora Yeda colados nas camisetas. A população nas ruas manifestava apoio ao protesto.
Chega de impunidade
O estudante de jornalismo da UFRGS, Rodolfo Mohr, expressou a opinião dos estudantes. “O Rio Grande do Sul está há 40 dias incomodado com o sigilo de justiça, com a falta e com a morosidade dos órgãos que deveriam apurar as denúncias e nós exigimos uma resposta contundente da governadora. Do contrário, o Fora Yeda vai tomar um corpo cada vez mais unificado, com comitês nas universidades, nas escolas e por todo o Rio Grande do Sul.
Na quarta-feira (25), os estudantes reuniram-se com a Ordem dos Advogados do Brasil para entregar um manifesto e tratar das denúncias contra a governadora. Na reunião, os estudantes também pediram acompanhamento da Comissão de Diretos Humanos da OAB para as mobilizações.
Na próxima segunda (30), novas manifestações devem acontecer pelo estado. A data marca um período de mobilizações mundiais, convocadas pelo Fórum Social Mundial de Belém, em defesa dos direitos e do emprego dos trabalhadores diante da crise econômica. Além de Porto Alegre, outras capitais deverão sair à ruas. Em São Paulo, as seis centrais sindicais, além de outros movimentos sociais, convocam a manifestação.
Yeda em último lugar
Escândalos sucessivos, medidas impopulares e uma oposição incansável são as razões apontadas por aliados para Yeda ficar com a avaliação mais baixa entre 10 governadores avaliados na pesquisa do Datafolha. No estudo divulgado, o governo Yeda obteve nota 4,3. A pesquisa foi realizada entre 16 e 19 de março.
“Há clara e evidente vontade de denegrir a imagem da governadora”, disse o aliado e deputado federal Claudio Diaz (PSDB). Já a oposição considera natural o desempenho do governo na pesquisa. “Yeda está em 10º lugar porque só pesquisaram 10 governadores. Caso contrário, estaria na 27ª posição”, disse o deputado Raul Carrion (PCdoB).
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