Qua, 25/03/09 16h47
A União da Juventude Socialista realizou, nos dias 23 e 24 de março, o maior Encontro nacional de Estudantes Universitários de sua história. O evento, que ocorreu na capital de São Paulo, reuniu quase trezentas lideranças estudantis e deu a largada no que pretende ser o maior processo de mobilização já visto para um Congresso da UNE.
Em clima de muita unidade política e de superação, a militância destacou a necessidade de aproveitar o momento político favorável para enraizar a UJS nas grandes universidades, através da realização de milhares de novas filiações e da formação de núcleos.
“É preciso aproveitar o momento do Congresso, que mobiliza centenas de milhares de estudantes universitários, para apresentar as ideias da UJS e construir nossa força política nas grandes universidades. O desafio é a superação de todas as dificuldades para construir o maior processo de mobilização já visto para um Congresso da UNE”, aponta Marcelo Gavião, presidente da UJS.
Crise capitalista em debate
A primeira mesa de debates do Encontro foi sobre a crise econômica, seus impactos no país e as alternativas para sair dela, apresentada por Dilermando Toni (Diler), membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil.
Diler ressaltou as melhores condições acumuladas pelo Brasil para enfrentar a situação, levantou o importante papel que a China tem jogado no mundo, despontando como país em ascensão e que pode emergir mais bem posicionado da crise no jogo de poder mundial e apontou o socialismo como saída de fundo para solução das contradições do sistema capitalista.
O palestrante também se deteve em expor a tática que os comunistas defendem para o momento no Brasil, que prega a conformação de um novo pacto político, através da união entre trabalhadores, movimentos populares, forças progressistas e empresários do setor produtivo em contraponto ao predomínio econômico e político do capital financeiro.
"Temos que formar uma frente ampla para tentar vencer esse pessoal, a partir de um pacto político e social. Assim levaremos enorme vantagem. Dizem que o Brasil tem melhores condições de enfrentar a crise justamente porque não adotou integralmente o neoliberalismo e preservou bancos públicos importantes, estatais importantes, como a Petrobrás. Precisamos unir forças e aproveitar o momento para derrotar o capital financeira e conduzir o país à saída crise”, disse.
Os 25 anos de construção da UJS no Movimento Estudantil
A tarde, os debates recordaram a trajetória de organização dos jovens socialistas no movimento estudantil universitário, abordando acertos e erros e momentos decisivos desses vinte e cinco anos. Os palestrantes foram Ricardo Abreu (Alemão), Júlio Vellozo e Fernando Nindsberg, todos dirigentes da UJS em fases distintas.
Alemão fez um resgate histórico da formação da UJS, sucessora da “Viração” do início dos anos 80, e herdeira do trabalho realizado entre os universitários pela Ação Popular (AP). O dirigente também lembrou a atualidade da sistematização elaborada no 10º Congresso da UJS que elenca dez pontos da concepção dos jovens socialistas sobre a ação no ME.
Para Fernando Nindsberg, os desafios da atual geração são ainda maiores do que os anteriores, pois as necessidades para uma corrente revolucionária são crescentes. Também apontou a capacidade de ser “contemporânea” como uma das razões do sucesso da entidade entre os jovens.
Júlio Vellozo frisou que a ousadia é fundamental para o movimento juvenil, em particular para a ação entre os universitários e lembrou as alterações nas regras eleitorais da UNE, a retomada da sede no Flamengo e a manifestação de 16 de agosto de 2005 como exemplos de coragem política.
A maior mobilização para um Congresso da UNE
A manhã de terça-feira foi reservada ao debate sobre o projeto estratégico da UJS para o movimento estudantil universitário, seguido da exposição das linhas gerais do plano de ação dos jovens socialistas para o próximo Congresso da União Nacional dos Estudantes.
A ideia de construir a maior mobilização da história para um Congresso foi amplamente aceita pela militância, o que exigirá dialogar com milhões de alunos durante a campanha e intensificar o trabalho de filiação e organização da UJS durante o processo.
O movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade, lançado pela UJS para o Congresso da UNE, terá o desafio de ultrapassar o número de um milhão de votantes na soma das eleições que realizar para o 51º Congresso da UNE.
“Essa meta não é por acaso, mas por exigência da conjuntura política. Fortalecer a UJS e a UNE é fundamental para conduzir a luta da juventude contra os efeitos da crise, para influenciar e fazer vitorioso um programa de mudanças profundas em nosso país nas eleições de 2010. Mudanças que nos aproximem do nosso objetivo estratégico, que é a construção de uma sociedade socialista”, reforça Marcelo Gavião.
De São Paulo,Fernando Borgonovi
Última atualização ( Qua, 25/03/09 18h13 )
Última atualização ( Qua, 25/03/09 18h13 )
Nenhum comentário:
Postar um comentário