10.9.07

Movimentos Sociais em ação: Plebiscito da Vale do Rio Doce


Movimentos Sociais em ação: Plebiscito da Vale do Rio Doce



O Plebiscito Nacional pela reestatização da CIA Vale do Rio Doce ocorre em todo o país entre os dias 1º a 7 de setembro de 2007, organizado pelo Comitê Nacional pela Anulação da Privatização da Vale do Rio Doce e apoiado pelos movimentos sociais.


O objetivo do plebiscito popular tem por base a possibilidade de reverter o leilão da Vale do Rio Doce, ocorrido em 1997. A empresa foi privatizada por meio de um processo marcado por irregularidades.

Em todo o Estado foram disponibilizadas centenas de urnas em Universidades, escolas, locfais de trabalho e de circulação de pessoas. Estima-se que deverão ser recolhidos votos de milhares de catarinenses. No centro de Florianópolis, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), disponibilizou urna na esquina democrática.

Polêmica no plebiscito

Entre outras entidades dos movimentos sociais, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Corrente Sindical Classista (CSC) defenderam a centralização na pergunta que realmente trata do assunto em questão no plebiscito: a CIA Vale do Rio Doce. Na avaliação dos movimentos sociais o debate não deveria ser disperso. Outras entidades optaram por realizar quatro ou cinco perguntas no plebiscito. No entanto, os movimento sociais em Santa Catarina, tem realizado a coleta de votos com tranquilidade. Apenas em Florianópolis, um pequeno incidente ocorreu na tarde desta quarta-feira, devido a iniciativa de substituição de uma pergunta por quatro em uma urna instalada no centro de Florianópolis.

Campanha pela reestatização da CIA continua

A campanha “A Vale é Nossa” continua após o plebiscito popular. Será feita uma apuração dos votos, realizada primeiro pelo comitê de cada Estado, coletando os resultados fornecidos pelos comitês locais e enviando para a secretaria nacional da campanha. O resultado do plebiscito será entregue para o poder Executivo, Legislativo e Judiciário, como mecanismo de pressão pela nulidade do leilão da Vale.


Plebiscito movimenta acadêmicos da Unochapecó

Durante os dias 5 e 6 de setembro, o Diretório Central dos Estudantes - DCE, da Universidade Comunitária Regional de Chapecó – Unochapecó, organizou o plebiscito sobre reestatização da empresa Vale do Rio Doce, a segunda maior empresa brasileira - a primeira é a Petrobrás – que foi vendida há dez anos, durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A consulta esta acontecendo entre os acadêmicos e funcionários da Universidade.

A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada no dia 6 de maio de 1997, no Rio, por R$ 3,3 bilhões. Na época, o patrimônio da Vale era calculado em R$ 92 bilhões, 28 vezes o valor pelo qual foi vendida. Atualmente tramitam na justiça 69 processo judicial contra a privatização da Vale. Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve ser realizada uma auditoria sobre o processo da venda. A auditoria está suspensa por liminar judicial obtida pela Vale.

Segundo o vice-presidente do DCE, Everson Merino, o plebiscito tem como objetivo provocar o debate público sobre a possibilidade de reestatização dessa importante empresa. "Pretendemos com este plebiscito conclamar o povo brasileiro para junto lutarmos pela estatização desta empresa que foi vendida a preço de banana ao capital estrangeiro. Eles exploram todas as nossas riquezas e a mão de obra do nosso povo, sem prestar o retorno social que a empresa fazia antes da privatização", afirma Merino.

A insatisfação das entidades e movimentos sociais com a privatização e com as irregularidades do leilão fez com que os movimentos populares organizassem a Campanha Nacional pela anulação do Plebiscito da Vale do Rio Doce, que reúne cerca de 60 entidades em todo Brasil. O plebiscito vai acontecer de primeiro a sete de setembro, em todo Brasil. Pretendem os organizadores fazer ressurgir nas discussões públicas os problemas que marcaram a venda da Vale do Rio Doce e mostrar ao governo, através do plebiscito, que a sociedade reivindica a anulação do leilão e a reestatização da Companhia, afirma Derique Hohn, um dos coordenadores do movimento em Chapecó.

De FlorianópolisVinícius Puhl e Jeferson A'vila

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